Frases que machucam os nossos filhos ou alunos mais do que se imagina

Tem frases que falamos de forma tão natural e nem imaginamos que pode machucar alguém, uma das formas de refletir sobre isso é se colocar no lugar da pessoa, talvez seja um dos maiores ensinamentos espirituais "ame o próximo como a ti mesmo" - se comunique com o outro como você gostaria que se comunicassem com você.

Frase 1) De comparação

Situação: seu filho não quer guardar o brinquedo e ele tem um irmão que sempre guarda quando você solicita. Na raiva você diz "por que você não age como seu irmão".

Por que se diz isso, a ideia do ensino não é sempre motivar-estimular para uma ação ou corrigir uma ação faltosa. O que a comparação faz, ela motiva? ela corrige? Nada. E ainda assim a comparação é muito presente na fala dos pais e professores. Talvez isto ocorra por conta do hábito.

Quando há comparação o sentimento que emerge geralmente é raiva, sentimento de inadequação, eu sou ruim o outro é bom, não há nada de instrutivo.

Experimente dizer: vamos guardar o brinquedo, olha como se faz (mostre como ele deve fazer). A repetição faz o hábito. Vai ter um momento que não vai ser mais necessário falar e mostrar. Você se surpreenderá com a atitude.

Frase 2) De Rótulos

Situação: seu filho tirou nota baixa e você diz "seu burro".

No livro Mindset a autora fala muito sobre o perigo de rótulos, seja positivo ou negativo, pois dá a entender que a pessoa não pode mudar, pois é algo nato.

Se sou inteligente, vou procurar desafios equivalentes ao que acho que posso fazer, senão corro o risco de ser burro (sou uma farsa). E se sou burro, de nada adianta eu me esforçar e buscar novas formas de aprender, pois afinal de contas sou burro.

Experimente dizer: você tirou nota baixa , vamos tentar um novo jeito de estudar, talvez você precise ler mais, está com dificuldade de entender, como posso te ajudar? Parece ser trabalhoso, tanto para a criança quanto para o adulto. É mais fácil dizer que é burro e deixar por assim mesmo.

Frase 3) Desconsiderar as emoções

Situação: a criança chora porque caiu e o pai diz "tá chorando à toa, parece um bebê"

O Dr. Siegel um dos maiores especialistas em inteligência emocional através da integração cerebral, ou seja, conexão lógica e emoções, faz um alerta sobre desconsiderar as emoções.

Agir assim não direciona a criança à maturidade, apenas ensina que reprimir sentimentos é o único caminho para se firmar diante das pessoas, demonstrar que não é fraco. É uma atitude de provação social - fingir que está bem, mesmo não se sentindo bem.

Experimente dizer: você caiu, sei que está doendo, mas com o tempo a dor vai passar. Falar assim demonstra compreensão pelo que ele está passando e ao mesmo tempo mostra que o incomodo vai melhorar. Ao invés de desprezar e negar ofereça consolo e, então, ajude a compreender que logo se sentirá melhor.