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Poesias Infantis de Olavo Bilac

Atualizado: 7 de mar.

Faz alguns dias que não escrevo, entre demandas da casa e pesquisas de textos para ler ao meu filho encontrei lindas poesias de Olavo Bilac.


Ao ler parece até uma música. A poetisa Lorena Cutlak publicou o livro de Poesias Infantis de Olavo Bilac. Ela diz que os poemas de Olavo podem ser encontrados pela internet de suas diversas formas, recortadas e desfiguradas, e ela teve o cuidado de contar com o texto integral. Ainda não tive a oportunidade de comprar o livro, mas fica a dica.


Um mesmo texto lido através de diferentes adaptações é assustadoramente super diferentes. Já li contos com finais muito diferentes, muda o sentido da história. Como saber o que é mais original diante de tantas adaptações? Traduções? É um desafio para pais educadores. Mesmo assim precisamos seguir adiante.


Gostaria de compartilhar duas poesias que tenho lido com frequencia ao meu filho, me encantei com o tema.


A primeira poesia fala sobre o amor pelos livros e o conhecimento como forma de crescimento pessoal e da nação. E a segunda poesia exalta valores como humildade, justiça e compaixão, transmitindo ensinamentos para a infância.


livro

O Livro e a América

(Olavo Bilac)


Ama com fé e orgulho a terra em que nasce!

Criança! não veremos nenhum país como este!

Olha que céu! que março! que rios! que floresta!

A Natureza aqui perpetuamente em festa

É um seio de mãe a transbordar carinho,

Vê que vida há no sol! vê que luz! vê que ninho!


Que grandeza! que paz! que riqueza! que encanto!

Vê que ouro nas minas! vê que seiva no campo!

Vê que fartura! pois bem, tudo isso – te digo –

É teu, só teu! e a teu lado, em volta de ti, contigo,

Lutando, trabalhando, a geração futura

É também teu irmão!


Pois ama a terra em que nasce!

Cria a glória, o poder, os tempos do futuro!

Vê que o livro é a fonte, é a vida, é o templo, é a escola,

É a chama que ilumina, é a luz que deslumbra e consola,

É o símbolo sagrado da grandeza e do esplendor!


Vê que o livro é a vida, é o raio, é o sol, é o amor!

Livro! E quem o tem nas mãos nunca teme o amanhã!

O livro é a semente que germina, é o poder que levanta,

É a arma da alma! E ninguém pode escravizar,

Quem aprende a pensar!


A Musa da Infância

(Olavo Bilac)


Vem cá, meu pequenino!

Anda cá, meu filhinho!

Que eu te conte o destino

Que os céus não têm o teu caminho.


Dormindo no teu berço,

Sonhas? Sonha, inocente!

Que os sonhos são o começo

Da glória resplandecente.


Ouve: os fados desesperados

Já dizem que um dia há de

Seres forte entre os fortes,

Grande entre os grandes, grande!


Sê bom! Dos teus pais no seio

Não prendas o olhar apenas;

Que o mundo é largo e cheio

De penas e mais penas.


E, se quer ser ditoso,

Filhinho, não seja mau;

Para seres aventureiros,

Deves ser justo e leal.


Amas sua mãezinha?

Ama os fracos, os doentes,

Que toda a terra é a oficina

Dos sofrimentos pungentes.


Se ouves a voz da desgraça,

Que em torno de ti chorou,

Faz que tua mão estenda

O auxílio a quem soluçou.


E que tua alma futura,

Austera, mas sempre linda,

Seja uma chama tão pura,

Que a Deus suba, como incenso.


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